sexta-feira, 29 de abril de 2011

Encontros de professores

Assisti ontem à noite, extasiado, a um verdadeiro encontro de mentes que brilham. De um lado, o jornalista professor, filósofo Ruy Carlos Ostermann. De outro, o professor, ilustrador gráfico, escritor aldy Garcia Schlee. Integrando o projeto "Encontros com o Professor", já um sucesso em Porto Alegre onde há 7 anos recebe personalidades, agora o talk show (ainda posso, não é, Dep. Carrion, afinal a lei ainda não foi sancionada...?) se interioriza e desta feita veio a Pelotas, a convite do Instituto João Simões Lopes Netto em cujo auditório o evento ocorreu. Solto como sempre, embora pouco à vontade diante de um microfone, como ele próprio admitiu, aliás, Schlee se revelou um crítico mordaz, um pouco além da conta, é verdade, de, entre outras coisas, alguns cultuadores do tradicionalismo, não explicando bem porquê, mas de uma maneira irreverente e mordaz que divertiu a todos. Seu resgate dos primeiros escritores gaúchos foi relevante a ponto de esclarecer à ávida plateia presente os nomes de romancistas que muitos sequer sabiam existir. À parte algumas extravagãncias verbais - como quando disse que o MTG é um braço não armado da Brigada e que os serranos não sabem montar a cavalo, o que seria privilégio dos aqui do Sul, o que é mais do que uma irreverência, para dizer o menos, Schlee mostrou porque é um de nossos escritores de maior sucesso. E contou algumas passagens intramuros de seus romances, contos e traduções, que fizeram a plateia vir abaixo. Ruy, a seu ponto, com muito bom humor soube provocar o entrevistado, mantendo-se, todavia, na sua posição de aparente neutralidade, não saindo de sua habitual fleuma nem quando provocado por Schlee que disse que a crônica esportiva de Porto Alegre é grenalista. Ao contrário do Jô, que tem um programa só pra ele brilhar -daí o nome ... - Ruy ficou na verdadeira posição do entrevistador, alfinetando, por vezes, e aliando-se ao entrevistado em outras. Enfim, um  ótimo programa que, como o próprio Schlee predisse, fez valer a pena não ter ido à Baixada...

Nenhum comentário:

Postar um comentário