segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Transporte coletivo em Pelotas

Que os empresários, atuais detentores de permissões/autorizações para operarem o transporte coletivo em Pelotas, se insurjam contra a licitação cujas propostas serão abertas hoje à tarde, nada de mais, afinal estão defendendo o seu interesse diante da iminente ameaça de perderem o seu ganha pão... Agora, que vereadores, eleitos pelo povo para justamente defenderem o interesse coletivo, ajuízem ação judicial para tentar embrulhar a concorrência, não se admite de jeito nenhum. Significa que a tentativa, muito bem repelida pelo juiz da 6ª Vara Cível, privativa da Fazenda Pública, foi uma manobra intentada a toda a evidência, em conluio com os donos das empresas. Basta comparar as argumentações de uns e outros, como bem disse o editor-chefe do Diário Popular em sua coluna de hoje. Logo, a manobra arquitetada pelos vereadores - e o presidente da Câmara participou disso em vez de se manter pelo menos neutro no caso - tinha por escopo melar a licitação e empurrar com a barriga o dia em que os atuais transportadores perdessem a mamata, obtida de forma precária posto que sem concorrência. Quando a administração da cidade era do PT, não se viu nenhum gemido que fosse vindo da bancada governista de então contra a tentativa de licitação feita pelo alcaide da época. Assim, se chega à conclusão que ou a tentativa de manobra diversionista tem caráter político-partidário ou há um evidente conluio com os empresários. Ou as duas coisas... De outra banda, a alegação de dois principais executivos da paste dos Transportes de que não se pode fiscalizar o sistema por falta de normatização, posto que revogada, soa como um acinte à inteligência mediana do povo. Ora, revogada lei pertinente, por que não foi editada outra? E por que não há mais fiscais nas ruas para ao menos coibir os frequentes abusos e negligências que veem nos veículos, superlotados, sujos, sem qualquer obediência a horários?? Por falta de lei?? Ora, não estamos em nenhum município dos cafundós, isso aqui tem mais de 340 mil habitantes, o povo merece respeito. Esperemos, pois, que vencida essa etapa licitatória novos ventos soprem em favor da população usuária do transporte coletivo, que está a merecer um melhor tratamento de parte tanto das autoridades públicas como dos transportadores.