segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Rocinha

A  ocupação da favela da Rocinha (invasão é coisa de sem-terra) por forças policiais na madrugada de domingo me deixou com uma pulga atrás da orelha. Isso porque tal operação foi anunciada com mais de 24 horas de antecedência. Resultado: um ou dois presos pés-de-chinelo. Se o objetivo era esse mesmo, não prender ninguém, pode-se dizer que a operação foi um sucesso. Não me lembro, em meus 32 anos de serviço na Brigada, de ter havido anúncio prévio de realização de operações policiais. Com exceção daquelas em que se pretendia informar o público e a Imprensa (policiamento de futebol, Carnaval e outros eventos) a regra era a de desencadear esse tipo de ação sem qualquer aviso. Agora, numa operação em que visivelmente se devia precipuamente prender traficantes e seus asseclas num local conhecido nacionalmente por ser base do tráfico, se faz um mega anúncio prévio do que vai acontecer parece mesmo ser mais uma jogada de marketing do que uma ação tecnicamente policial. Claro que as apreensões de materiais objetos de furto (armas, veículos, etc) foram importantes, mas se não houvesse o aviso as vias de acesso não teria sido bloqueadas e sabotadas com a colocação de óleo, por exemplo. E mesmo em se anunciando para um hora, a operação deveria ter se iniciado bem antes, com o monitoramento bastante prévio para se evitar essas contra-ações de parte dos traficantes. Bem, mas a Polícia de lá não é mesmo a daqui... Por último: por que a participação da PRF em uma operação urbana?