segunda-feira, 31 de março de 2014

Revolução



Hoje é dia 31 de março. Há 50 anos, eu tinha 15, adolescente, estudava no então ginásio no Liceu São Luiz, em Santa Cruz do Sul. Não tinha muita noção (nem pouca) das coisas da política quando eclodiu a Revolução, afinal naquela época queríamos jogar futebol, namorar, reuniões-dançantes, blocos de carnaval, etc. Aqui um parênteses: eu chamo de Revolução porque é a minha visão do que houve e do que vi desde então,  Aqui, publico o que sinto, o que gosto e o que eu quero, não publico coisas para concordarem. Continuando: a Revolução teve muitas distorções, muitas coisas ruins, torturas, prisões ilegais, etc. Mas, era uma Revolução, não era? Logo, um período de exceção. Afinal, muitos saudaram a Revolução Francesa, onde cabeças - muitas inocentes e até de alguns de seus líderes, rolaram na guilhotina. Mas, tivemos coisas boas também: o aperfeiçoamento fantástico das telecomunicações, (a Telebras, a Embratel), a Infraero (que na época funcionava), a construção de rodovias que rasgaram o Brasil - se a ferrovia foi meio que deixada de lado, as rodovias aproximaram o pais), a ponte Rio-Niterói, o Banco Central, e tantas outras conquistas que outros, se quiserem, podem ajudar a lembrar. A revolução veio, sim, para acabar com um golpe que estava sendo engendrado por Jango e outros "istas" (socialistas, comunistas e outros de todo o gênero), a quebra da disciplina militar com a insurreição dos sargentos) as tais reformas de base que nada mais eram do que o confisco da propriedade. E a Revolução abortou isso, sofrendo, em contra-partida, atos de terrorismo, guerrilhas, sabotagens, assaltos (ao cofre de Adhemar de Barros no qual nossa presidente foi uma das artífices...), mortes (sim, mortes, como o ataque à sentinela da QG do II Exército (hoje CMSudeste)em SP). Enfim, eu comemoro, sim, o 31 de março como o dia em que o Brasil ressurgiu para ao aperfeiçoamento científico, tecnológico e democrático. E muito do que temos hoje é resultado dos avanços daquela época. E um detalhe: os governantes da época, notadamente os presidentes militares, saíram do cargo como entraram, sem fortunas, sem patrimônios, apenas com seus soldos. Inclusive D. Dulce Figueiredo, viúva do Presidente Figueiredo, teve de vender algumas jóias para subsistir. E Mário Andreazza, o todo poderosos ministro dos Transportes, responsável por todas as grande obras da época, morreu como que tinha, sem um centavo a mais, bem ao contrário de alguns pseudo-democratas de hoje... E repudio firmemente as reportagens, seminários, conclaves etc que se propõem a reviver aqueles tempos sem, no entanto, ouvir o outro lado, num parcialismo que ofende a inteligência de todos. Mas, acabaram vencendo, tanto que estão no poder e que façam bom proveito enquanto podem porque a lagoa ainda haverá de secar de novo...